As complicações de arrendar casa

Nunca pensei que houvesse tantas complicações no que toca a arrendar casa. Ou então foi só connosco e estes senhorios!
Começando pelo ínicio... Andámos mais de um ano a dizer que íamos viver juntos. Quando começou 2019, estávamos os dois a trabalhar, a receber relativamente bem e pensámos que estava na altura.
Fizémos as contas todas e mais algumas: possíveis valores para as contas de água, luz, gaz e tv, juntámos a universidade do moço e, pela taxa de esforço média que aparecia na net, decidimos o valor máximo que queríamos pagar de renda.
Fevereiro foi o mês de começar fisicamente a ver casas. O Idealista e o Imovirtual já eram os nossos melhores amigos há meses e já tínhamos contactados uma boa quantidade de casas – sem resposta, diga-se de passagem.
Passámos por milhares de anúncios de burlas e até já os reconhecia sem ter de contactar.
A primeira casa que vimos foi a casa com que ficámos. Dito assim até parece simples, mas não foi. Foi dificuldade atrás de dificuldade. Problemas atrás de problemas... Ora deixem que vos conte!
Quando chegámos ao apartamento, um bocadinho antes da hora, vimos entrar um casal e, pelas janelas, conseguíamos vê-los a passear. Saíram em menos de 20 minutos e entrámos nós. Fomos com os pais do meu moço, o que, pelo que os senhorios disseram, lhe deu uma sensação de segurança em relação a nós.
Estivémos mais de uma hora a ver a casa e a falar com os donos. O senhor disse-nos logo que já lá tinham ido centenas de pessoas mas, como não gostaram de ninguém, tinham a casa há mais de 4 meses por arrendar. Disse que gostou de nós e que a casa era nossa. Pediram logo as coisas todas e até começaram a dar palpites de decoração e de coisas que podiam fazer por nós para melhorar a casa.
Explicámos que 2019 seria o ano em que íamos fazer o nosso primeiro IRS (referente a 2018), então pediram ainda mais documentos.
A certa altura tinham quase tudo nosso: contratos de trabalho, recibos de ordenado, o IRS dos pais dele e o da minha mãe, recidos de ordenado dos nossos pais... TUDO!
Passado mais de uma semana em que disse que ia ver tudo e depois nos ignorou, a senhoria diz que não temos condições para arrendar a casa. Os nossos ordenados eram bons mas os dos nossos pais não lhe davam garantias como fiadores. Saltou-nos a tampa!
Quem vai pagar somos nós, não são os nossos pais. Se o nosso ordenado chega, porque é que os pais são o problema?
Sugerimos ficar sem fiador, ficando só nós, mas ela não quis e quase só faltou mandar-nos passear...
Fomos ver outras casas, como pessoas normais!
Passado um mês, o telefone vibra. A senhoria lembrou-se de nós. Afinal já somos bons o suficiente para a casa dela.
Então não é que não apareceu lá mais ninguém com ordenados parecidos aos nossos, nem mais ninguém que ela gostasse... e de repente, já somos bons!
A minha vontade de ficar com a casa era a baixo de zero. Fiquei com um pó à mulher que nem imaginam. É que ela disse-nos com cada coisa ao longo do tempo que, de repente, lembrar-se de nós, me irritou e deixou desconfiada.
Parece que, afinal, tinha ido lá um casal que sugeriu um ficar como arrendatário e o outro fiador e ela gostou da ideia. Mas como nós tínhamos, em teoria, mais dinheiro, preferiu ficar connosco! LATA!!!

Mas pronto, isto para resumir, que mesmo de pé atrás, arrendámos a casa. Mas o meu pó à senhora continua e basta uma pequena coisinha para que eu possa perder a cabeça! É que estou mesmo de pé atrás com as complicações todas dela.

Cláudia Carvalho

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